Pretende encarar o roteiro de carro pelos Andes? Então aproveite uns dias na capital chilena, uma metrópole como nenhuma outra na América do Sul
Direto ao ponto: Santiago é diferente de tudo o que você está acostumado a ver na América do Sul. Uma metrópole organizada, limpa, bonita e humana. Que me perdoem agentinos, peruanos, cariocas e paulistas…
Para quem, por exemplo, sofre no trânsito caótico das metrópoles brasileiras como Rio e São Paulo, dirigir na capital chilena é para lá de fácil. Isso é perceptível logo que se deixa o aeroporto internacional em direção ao centro. Não faltam vias expressas e avenidas amplas bem sinalizadas – um indício da boa qualidade de vida nessa cidade com mais de seis milhões de habitantes, que aproveita os frutos de uma economia estável há anos.
Sobram praças, parques e monumentos. Vale a pena passar pelo menos dois ou três dias quando você estiver em viagem pelas inúmeras atrações do Chile. Assim você pode curtir lugares de beleza ímpar como o Cerro San Cristóbal, uma montanha que ladeia a área urbana e permite vista panorâmica a 300 metros de altura. Dá para apreciar os bairros antigos, de arquitetura britânica, e as vizinhanças mais recentes, com prédios altos e envidraçados. Além, é claro, dos picos nevados dos Andes.
Parques deliciosos – O Cerro San Cristóbal faz parte do Parque Metropolitano, que ainda abriga o Zoológico Municipal, o enorme Jardim Botânico (célebre por suas espécies raras de plantas, que incluem desde cactos do Atacama até musgos da Patagônia), o Observatório Astronômico da Universidade Católica e a Casa de la Cultura, que oferece espetáculos musicais gratuitos todos os domingos.
E, claro, não poderia faltar uma atração ligada aos deliciosos vinhos chilenos. É o Camino Real (também chamado de Enoteca), um misto de bar, restaurante e museu onde se pode degustar e conhecer tudo sobre os melhores tintos, brancos e espumantes produzidos no país.
Aos pés do Parque Metropolitano reluz o ponto mais boêmio de Santiago hoje em dia. É o Barrio Bellavista, com suas centenas de bares, baladas e restaurantes ocupando galpões industriais desativados e casinhas antigas.
Imperdível, por exemplo, curtir a noite no Pátio Bellavista, um shopping a céu aberto com mais de 50 lojinhas e 20 opções gastronômicas e de lazer.
Para comer e amar – Por falar em gastronomia, outra visita obrigatória é ao colorido Mercado Central, a apenas dois quilômetros dali, na rua San Pablo. Não há lugar melhor para experimentar os caranguejos gigantes pescados na costa chilena.
Construído em 1872, todo em ferro fundido, o mercado agrega bancas que vendem ingredientes e temperos e 23 restaurantes. O mais famoso deles é o Donde Augusto, que traz seus frutos do mar em questão de horas dos barcos pesqueiros até suas mesas.
Com o paladar satisfeito, a pedida é ir até pontos turísticos capazes de saciar a fome de cultura. Você pode deixar o carro no estacionamento: a Plaza de Armas, marco zero do país, fica a poucos metros do Mercado. Ela ostenta a Catedral Metropolitana, o Museu de Arte Sacra, o Teatro Municipal e dois museus interessantíssimos. O primeiro é o Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana. Seu acervo revela tudo sobre os tempos anteriores à vinda dos europeus; há desde objetos artísticos a múmias de povos dos Andes e da América Central.
O segundo é o Museu Histórico Nacional, que ocupa o antigo Palacio de La Real Audiencia. Ele exibe utensílios que contam a história do país a partir do século 16.
Onde Allende viveu e morreu – Obrigatória também é uma visita ao Palacio de la Moneda, na Plaza de La Libertad, a menos de um quilômetros da Plaza de Armas. Erguida em 1805, a sede do governo foi cenário de episódios dramáticos, como o suicídio do presidente Salvador Allende, em 1973, em meio aos bombardeios feitos pelos militares que tentavam tomar o poder.
Há uma interessante visita guiada gratuita (que deve ser agendada no site gob.cl/la-moneda): ela permite conhecer esse e outros fatos históricos ligados ao palácio – inclusive a lenda de que seu projeto teria sido trocado por engano com o da Casa da Moeda do Rio de Janeiro, uma vez que ambos foram obras de uma mesma empresa francesa, na mesma época.
Igualmente interessante é La Chascona, sede da fundação Pablo Neruda. Essa casa emblemática foi a residência do poeta chileno, considerado um dos mais representativos da literatura da América Latina e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1971.
Hoje estão expostos objetos colecionados por ele durantes suas viagens (Neruda exerceu cargo diplomático por muitos anos), além de obras de arte e manuscritos de seus livros.
Café con piernas – Um clássico na capital são os bares conhecidos como Café con piernas, em que garçonetes vestem microvestidos justíssimos. Mas não há nada de errado nisso. Apesar do uniforme incomum, as moças servem cafezinhos – e só! Um dos mais famosos é o Café Haiti, próximo à Plaza de Armas, no Paseo Ahumada, 140. Vale a pena conferir.
Por fim, recomendo desvendar as belezas do Parque O’Higgins, uma área de lazer com lago, palco para espetáculos de música e dança, pista de patinação no gelo (só no inverno), clube hípico, restaurantes e lojas. O parque é um dos destaques turísticos da metrópole, situado a apenas três quilômetros do centro.
Ele não somente agrada os adultos como fascina as crianças, graças ao aquário Aquamundo e à Fantasilandia, o maior parque de diversões do Chile, com mais de 40 brinquedos, em uma área que equivale a um terço do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
__________________________________________________________________________
Confira as demais reportagens do Especial Chile:
- Especial Chile – 4: De carro nos Andes
- Especial Chile – 3: Portillo
- Especial Chile – 2: Travessia de Lagos
- Especial Chile – 1: Pucón
__________________________________________________________________________
Saiba mais: http://chile.travel/pt-br/
Muito legal, Santiago vale mesmo a pena !
Verdade! Obrigado pela visita, Lea!
Fala Mancha! E o nosso Jets?! Quando vai ter chances????
Vou a Santiago mês que vem e pretendo fazer um bate e volta durante um dia a Vina Del Mar. Compensa? Vou algar carro e por isso não vou poder beber, mas vale a pena? Já estive em Santiago antes e não fui em Vina. Vou ficar em Santiago 2 dias e depois vou descer de carros a Mendoza (contratei um remis de Mendoza que vai me buscar em Santiago). Forte abraço,
Oie Paulo Damasco! Lendo e me preparando para Santiago em setembro, vou levar suas dicas! Abs, Marcia Lea