Especial Chile – 1: Pucón

Esta semana, um especial sobre o Chile. Começo com a cidade de Pucón, na região dos Lagos Andinos, num texto inspirado do amigo Jaime Harrison

 

Texto: Jaime Harrisson – Fotos: Jaime Harrisson/Divulgação

A paisagem não pode ser mais grandiloquente: céu azul, um lago imenso a sua frente, altas montanhas pelo lado esquerdo e um vulcão soltando fumaça às suas costas. Esta é Pucón, cidade turística situada 870 km ao sul de Santiago. Um lugar do Chile que está caindo nas graças dos viajantes brasileiros nos últimos anos.

Como explicar isso? Para começar, vale dizer que o Chile é campeão em quantidade de vulcões. São mais de 500, sendo 60 deles com registro histórico de erupções. Aquele que hipnotiza todos os que visitam Pucón é o Villarrica, cuja forma lembra um cone com a ponta cortada, com um tufo de fumaça saindo eternamente.

Assim como o monte Fuji, no Japão, o Villarrica tem neves eternas em sua parte superior, o que o torna ainda mais cativante. É o cartão postal da região, mas seria uma injustiça dizer que é sua única atração.

Longe disso, Pucón é considerada a capital chilena do turismo outdoor. Não precisamente de esportes extremos, já que a maioria das atividades podem ser realizadas em família –  em praticamente todas as estações do ano. Há rafting, caiaque, arvorismo, caminhadas, trilhas para mountain bike, atividades aéreas como parapente e pára-quedismo, voos panorâmicos, pesca esportiva, golfe e, claro, no inverno, esportes como o esqui e o snowboard. E, por que não, a guerra com bolinhas de neve!

 

Neve democrática – Pucón hoje conta com cerca de 22.000 habitantes. Mas, na temporada de esqui, o número aumenta cerca de 30%. Já no verão triplica com os turistas que ali lotam os hotéis, pousadas e apartamentos para alugar.

As pistas de esqui são para todos os níveis e a temperatura é agradável em dias ensolarados. No entanto, a atividade que produz mais frisson é a subida até a cratera do vulcão. Não precisa ser nenhum grande alpinista ou, neste caso, andinista. Necessário apenas é ir com um bom guia e se assegurar de que a empresa que o está levando tenha um bom equipamento. Desde os essenciais “crampones” (uma espécie de garra que se coloca nos sapatos para não escorregar no gelo) a um bastão de apoio – peças estas que facilitam muito a chegada no topo do vulcão, 2.847 metros acima do nível do mar.

Nesta excursão há uma regra que jamais deve ser desrespeitada: nunca se afaste do grupo e sempre siga o caminho que o guia indica. E nunca fazer esta subida por conta própria em hipótese alguma.

Os experts sempre dizem: a montanha é traiçoeira, não brinque com ela. Tudo isso levado em conta, a experiência de estar na boca da cratera olhando a lava incandescente lá embaixo é única e inesquecível. E, como todo mundo diz ao chegar lá em cima, vale o esforço.

Rafting radical – Outra atividade que rouba as atenções é o rafting no rio Trancura.  Os entendidos dizem que o rio tem grau 2 e 3. Ou seja, um pouco acima da média. A atividade pode ser realizada por pessoas a partir dos doze anos. As paisagens que se tem desde o rio são outro espetáculo à parte, sempre com o vulcão Villarrica como testemunha da emocionante empreitada.

Mas se você não gosta de água e prefere terra firme, uma excursão leve e muito interessante é conhecer as cavernas vulcânicas nas encostas do Villarrica. Lembre-se: o solo que estará pisando é considerado o mais geologicamente ativo do Chile.

Há empresas especializadas nesse passeio. A mais famosa é a Sol y Nieve (www.solynievepucon.cl), também a mais antiga empresa de turismo de aventura em Pucón.

Onde Gisele e DiCaprio descansam – Fora da temporada de verão, a cidade mostra sua tranqüilidade e seu charme. Há um bom comércio, danceterias, bares transados, cafés e restaurantes com lareiras nos convidam a sentir o aconchegante clima da cidade.

Durante o dia um passeio pela zona rural, a pé, a cavalo, de bike ou até mesmo de carro é imperdível, principalmente se for durante o outono. As paisagens bucólicas formadas por extensos campos de vegetação em tons laranja e amarelo são incansáveis de se admirar. Não é à toa que Leonardo Di Caprio e Gisele Bundchen já procuraram este lugar para descansar e fugir dos paparazzi.

Geralmente onde tem atividade vulcânica, tem águas quentinhas, e nos ao redores de Pucon há dezenas de centros termais. Depois de fazer exercício, nada melhor que um bom banho termal: há dos mais simples até os mais chiques, você escolhe segundo seu bolso e vontade.

Um bom ponto para ter contato com a natureza e o Parque Termal Menetue (www.menetue.com). Ele fica na orla da lagoa Ancupulli e tens instalações bem ao estilo patagônico. Está catalogado como o centro termal mais exclusivo de Pucón e possui um SPA de alta tecnologia, que o converte no mais moderno do Chile. Tem 5 piscinas cobertas ao ar livre, e uma exclusiva para adultos, com ambiente climatizado, alem de serviços de sauna, banhos de vapor, jacuzzi, ducha escocesa e variadas aplicações de terapias e massagens.

O seu restaurante, o Fusión, combina a gastronomia mapuche com a patagônica, exagerando em carnes exóticas. E há cabanas equipadas com cozinha, aquecedor a lenha e TV por satélite.

 

Hotéis de primeira – Quem procura uma hospedagem central, discreta e bem especial pode optar pelo Hotel Boutique Patagonia Pucón (www.hotelpatagoniapucon.cl). Focado na sustentabilidade, ele mescla o estilo country e a modernidade. Fica em pleno centro de Pucón, a poucos passos da rua que concentra os mais típicos restaurantes e muito perto do cassino e da praia.

Seu desenho integra detalhes de construção típica da montanha, como a pedra e a madeira, próprios da etnia mapuche, que povoa a parte norte da Patagônia Chilena. O café da manhã artesanal conta com uma gama de produtos típicos da região lacustre. O hotel dispõe de 16 quartos com calefação central, wi-fi, TV full HD, frigobar e outros mimos.

Mas para quem deseja uma estadia em grande estilo, a opção é o Villarrica Park Lake (www.villarricaparklake.com), um hotel que faz parte da famosa cadeia internacional The Luxury Collection. Ele está na estrada entre a cidade de Villarrica e Pucón, debruçado na orla do lago Villarrica. Paisagem que entra majestosamente pelas janelas de todas as habitações.

O requinte da gastronomia internacional se mostra aos visitantes no restaurante Águas Verdes, onde peixes, frutos do mar e carnes chilenas estão sempre presentes. Destaque especial para o entrecot de cordeiro de Lonquimay, originário da cidade de mesmo nome, famosa pela criação de ovinos.

O hotel oferece ainda um SPA com serviços de cosmetologia, cabeleireiro, massagens, tratamentos com pedras quentes e, pasme, chocolate e lama salgada do Mar Morto.

Com tanta mordomia, seria difícil não gostar dessa região – mesmo que ela não tivesse seu belo vulcão, seu lago encantador e suas delícias gastronômicas…

Publicado por Paulo Mancha

Jornalista especializado em turismo, foi editor chefe da Revista Viajar pelo Mundo e repórter das revistas Terra e Próxima Viagem. Desde 2003, fez mais de 50 reportagens internacionais e, em 2012 e 2014, foi agraciado com o Prêmio de Melhor Reportagem da Comissão Europeia de Turismo. Comentarista esportivo do canal ESPN, Paulo decidiu unir neste blog as duas paixões: viagens e esportes.

5 comentários em “Especial Chile – 1: Pucón

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