O Brasil é um país sem memória, sobretudo no esporte. Mas alguns clubes de futebol, como o Fluminense, contradizem essa máxima
Neste último fim de semana, estive no Rio de Janeiro para apresentar minha palestra sobre história do futebol americano no evento de lançamento do time Fluminense Guerreiros. Fui lá para “ensinar” história, mas acabei aprendendo. Tudo graças à belíssima Sala de Troféus do clube carioca.
Não se deixe enganar pelo nome: “Sala de Troféus” lembra um cantinho cheio de taças empoeiradas e medalhas enferrujadas. O que eu vi na sede do Fluminense, nas Laranjeiras, não tem nada a ver com isso. O nome mais correto seria “Museu do Fluminense“. Porque é muito mais do que um simples display de troféus.
O espaço é bem grande, com aspecto de novo e não faltam painéis, vídeos e galerias de fotos contando a história do clube e, por tabela, do futebol brasileiro e do próprio Rio de Janeiro.
É um acervo riquíssimo e muito bem exposto – de nível internacional (e olha que eu sou chato com esse tipo de coisa), com menções a esportes olímpicos, inclusive.
Há raridades como a bola usada no primeiro jogo da Seleção Brasileira em toda sua história, realizado em 21 de julho de 1914 ali mesmo, no estádio das Laranjeiras.
Ou, ainda, os uniformes empregados pelo time quase cem anos atrás. Sem falar nos troféus mais famosos, como o da Copa Rio de 1952, o mundial interclubes organizado pela Fifa nos anos 50.
Também é emocionante ver o culto a astros do passado, como o multi-atleta João Coelho Netto, o Preguinho (1905-1979), que foi campeão pelo clube em nada menos que oito modalidades (futebol, natação, remo, pólo aquático, saltos ornamentais, atletismo, basquete e vôlei). Simplesmente incrível.
Ah, no mesmo prédio, fica o belíssimo Salão Nobre do Fluminense – um dos lugares mais disputados do Rio de Janeiro para festas de gala (veja a foto acima e você entenderá). Aliás, a minha palestra foi lá!
E uma curiosidade: pelos corredores da sede, há placas homenageando atletas e sócios honorários. Em uma delas, consta o general Dwight Eisenhower, comandante supremo das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, presidente dos Estados Unidos.
Quem gosta de esportes e mora ou está visitando o Rio de Janeiro deve ir a esse museu – independentemente do seu time de coração. Porque o passado não é exclusividade de um clube e merece ser conhecido por todos.
Entrada: R$ 20 para não-sócios. Menores de 12 anos, maiores de 60 e sócios não pagam.
Horários: Terça a sexta-feira: 9h às 17h; Sábados: 9h às 15h; Domingos: 9h às 13h.
Endereço: Rua Alvaro Chaves, 41 – Laranjeiras, Rio de Janeiro – RJ
Saiba mais: www.fluminense.com.br
Muito muito bom. Um belo museu.
Tive a honra de conhecer a antiga sala de troféus em 2008 . Mais agora pelas fotos tá muito bela
Valeu pela força. O museu é muito bacana mesmo e tem lembranças preciosas da história do futebol e do esporte no Brasil. Numa época em que só se vê graça em espezinhar e tripudiar dos outros é muito legal ver alguém sugerindo que torcedores de todos os times visitem e aprendam um pouco da contribuição do Flu para a história do país.