Este é um post diferente… Aqueles lugares dos quais eu esperava mais. Lá vem polêmica!
Viajar não é ciência exata. Há muita subjetividade envolvida na escolha de um destino turístico e na avaliação dele. Por isso, já alerto: este post não tem como objetivo desestimular sua visita a um ou outro local. Talvez você vá até lá e me prove que estou errado.
Todos os lugares citados abaixo possuem pelo menos uma excelente atração – caso contrário, eu nem os teria visitado! Assim, acho que as críticas feitas a seguir podem servir para os próprios gestores do turismo usarem na sua autoanálise e eliminarem as coisas ruins, deixando apenas as boas.
Este post é algo de foro pessoal e de forma alguma uma “verdade absoluta”. Fique à vontade para discordar!
1. Cairo (Egito)

É fantástico visitar as atrações mais famosas e tradicionais do Egito. Mas pouca gente sabe que a maioria fica bem longe da capital, o Cairo. De muito relevante ali na metrópole, somente as pirâmides de Gizé e o Museu Egípcio.
Essas duas atrações, obviamente, são imprescindíveis na sua viagem – e justamente por isso elas podem tornar sua jornada uma pouco sofrida. Porque o Cairo, como cidade, é um caos.
Uma urbe confusa, com muito lixo nas ruas, transportes públicos impossíveis de usar para estrangeiros e cenários pouquíssimo agradáveis.

Eu me senti quase o tempo todo como se estivesse nas paradas mais barras-pesadas das periferias de metrópoles brasileiras. Foi um alívio sair dali para lugares bem mais amigáveis, como Sharm El Sheikh ou Assuã.
2. Santos Dumont (MG)

Existe um motivo excelente para você ir a esse município da Zona da Mata de Minas Gerais: a Fazenda-Museu Cabangu, onde nasceu o Pai da Aviação, Alberto Santos-Dumont.
O museu dedicado a ele é perfeito para você passar o dia se maravilhando com a natureza e com as invenções preservadas do nosso gênio da aviação – confira no vídeo!
O problema é a cidade em si… Infelizmente, o município de Santos Dumont não se preparou para o turismo. Sinalização confusa, má conservação, rede hoteleira com poucas boas opções e o mesmo para a gastronomia.
Conheça o fantástico museu de Santos Dumont:
Definitivamente, a cidade precisa melhorar muito para ser atraente e fazer jus a um museu tão legal.
Minha dica para quem quiser visitar o Museu de Cabangu é gastar umas horinhas a mais na estrada e se hospedar nas belíssimas São João Del-Rei e Tiradentes – essas, sim, preparadas para receber viajantes.
3. Detroit (EUA)

Como todas a outras cidades citadas neste post, ela pode ser visitada e talvez até lhe agrade. Mas, na minha lista de metrópoles americanas, Detroit não figura nem entre as vinte melhores.
A “capital do carro”, assim conhecida por ter sediado por décadas a indústria automobilística americana, passou por um período de deterioração nos anos 1980, 90 e 2000. Boa parte das áreas centrais ficaram abandonadas.

Algumas já foram restauradas e têm restaurantes, bares e opções culturais bacanas. Mas não é o suficiente para competir com Nova York, Chicago ou mesmo cidades menores (e muito mais agradáveis) como Pittsburgh ou Cleveland.
Nem o gigantesco Cassino MGM foi capaz de trazer algum glamour à terra dos Lions, Pistons, Wings e Tigers.
4. Montevidéu (Uruguai)

Vale a pena ir ao Uruguai? Com certeza! São três os principais destinos turísticos no nosso vizinho do Sul: Punta del Este, com suas praias e cassinos glamorosos, Colonia do Sacramento, com seu casario colonial preservado e seus hotéis de charme, e Montevidéu, a capital.
Essa última é uma cidade intrigante. Ela tem alguns pontos muito belos, como a região de Carrasco, com suas praias e avenidas largas, cheias de hotéis e restaurantes chiques. Só que isso fica longe de todo o resto. E o resto é bacana, pero no mucho…
Na verdade, o grande problema dessa cidade é estar tão próxima à Buenos Aires. Quase sempre, os brasileiros que viajam para o Sul visitam ambas, e fica impossível não comparar. Nesse sentido, a capital do Uruguai sai sempre perdendo.
Minha dica: gaste apenas um ou dois dias por ali e concentre-se em Punta e Colonia.
5. Monteverde (MG)

Sei que serei xingado por muita gente, mas, na minha opinião, para quem está acostumado a Campos do Jordão (SP), hospedar-se em Monte Verde significa um downgrade.
Não estou dizendo que “Monte Verde é ruim” – longe disso. Mas ela tenta rivalizar com a prima de montanha paulista, sem conseguir realmente se aproximar em termos de atrações naturais, culturais, gastronômicas ou hoteleiras.
Sem falar na dificuldade de acesso, na infraestrutura menos eficiente, no atendimento mais desleixado em hotéis e restaurantes, assim como nos preços tão salgados quanto os de Campos do Jordão. Visitei a cidade duas vezes e só consolidei essa impressão.
Espero um dia mudar de ideia e passar considerar Monte Verde um destino imperdível.





Faça seu comentário aqui!