10 lugares para visitar na Argentina

O turismo no pós-pandemia começa pelos lugares mais próximos. E o país vizinho continua sendo uma opção descomplicada e econômica. Veja o que eu indico por lá!

1) BUENOS AIRES
              Agitos, cultura e futebol!

 

Sou suspeito para falar, porque simplesmente amo essa cidade, mesmo com seus problemas sociais, suas greves frequentes e seus taxistas pilantras… Mesmo assim, sempre que posso vou para lá.

Durante décadas, a capital argentina foi conhecida como “a mais europeia das metrópoles sul-americanas”. Nos últimos vinte anos, porém, ela ganhou personalidade própria, sem perder seu charme inconfundível.

Inesquecível visitar o folclórico Caminito, no bairro da Boca, local que inspirou tangos e paixões.  Para não falar do elegante bairro da Recoleta, dos cafés da Calle Florida e do vibrante calçadão de Puerto Madero.

Também é imperdível visitar o formoso Teatro Colón e o sensacional Malba – o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, onde figura o mais valioso quadro já pintado por um brasileiro, o Abaporu, da Tarsila do Amaral (avaliado em US$ 40 milhões). Sim, ele está lá mesmo, na capital da Argentina.

Uma atração pouco conhecida que eu revelei aqui no blog recentemente é o Museu das Malvinas, que conta a história desse arquipélago, palco de uma guerra sangrenta entre Argentina e Grã-Bretanha em 1982.

Ah, e tem o futebol! É imprescindível conhecer os estádios e museus do River Plate e do Argentinos Juniors (onde começou Maradona). Assim como o Museu do Boca Juniors e o estádio La Bombonera – dois ícones do futebol (aguarde a reportagem completa em vídeo na semana que vem!!!).


2) EL CALAFATE
          Uma geleira no caminho

 

A cidade da província de Santa Cruz, no sul do país, é o principal ponto de acesso ao glaciar Perito Moreno, uma das mais famosas geleiras do planeta.

Com uma frente de 5 km e mais de 60 metros de altura, a barreira de gelo é visita obrigatória, oferecendo um espetáculo quando porções se desprendem e caem na água, formando um pequeno tsunami.

Além da visita de barco, dá para fazer trekking na geleira e conhecer outros glaciares, como o Upsala e o Spegazzini.

E não pense que essa é uma região para ir apenas no inverno. No final do verão, em fevereiro, ela ferve com as festas e eventos esportivos por ocasião do aniversário de batismo do Lago Argentino – a chamada Fiesta del Lago.


3) MENDOZA
              Entre vinhos e montanhas

Já disse algumas vezes que a road trip mais emocionante que já fiz foi a travessia dos andes pela estrada que liga Santiago (Chile) a Mendoza (Argentina). E o final dessa viagem é sempre em grande estilo…

Localizada no extremo oeste do país, Mendoza é um recanto da boa vida e da gastronomia, com de vinhos de altíssima qualidade brotando aqui e acolá.

A região é responsável por 70% da produção do país e possui mais de 100 vinícolas abertas à visitação. Há dezenas de restaurantes bem cotados nos guias internacionais, incluindo o célebre bistrô 1884, do chef Francis Mallmann, de reputação internacional.

Há também hotéis incríveis como o Park Hyatt, um dos hotéis mais agradáveis em que já me hospedei, com seu cassino charmoso e sua fachada que virou marco arquitetônico.

Tem mais: colada aos Andes, a província ostenta rios caudalosos, ideais para prática de rafting, cidadezinhas históricas como Uspallata e uma pequena estação de esqui, chamada Los Penitentes.

Ah, sem falar em dois atrativos turísticos de primeira linha: o fenômeno geotermal de Puente del Inca e o Parque Aconcágua, onde se ergue a montanha de mesmo nome – a mais alta das Américas, com 6961 metros acima do nível do mar.


4) EL CHALTÉN
            Natureza dramática

Muita gente considera a visita a El Chaltén como uma extensão da viagem a El Calafate. Afinal, ambos os recantos patagônicos ficam relativamente perto (200 km entre si) e os dois dão acesso ao belíssimo cenário do glaciar Perito Moreno. Então por que ir a El Chaltén?

A resposta está no clima de aventura do lugar. Além das geleiras, o vilarejo de apenas 1600 habitantes contempla ainda os montes Fitzroy, Torre, Chaltén, assim como o vasto Campo de Gelo Patagônico Sul.

 

Ou seja, não faltam opções de trekking, escalada e expedições pela natureza privilegiada da província de Santa Cruz.

Aliás, mesmo tendo “apenas” 3.405 metros de altitude, o Cerro Fitzroy é um dos picos mais difíceis de escalar do mundo, almejado pelos mais célebres montanhistas.


5) USHUAIA
                Belezas do fim do mundo

Na única vez que visitei esse lugar, confesso que fiquei com vontade de nunca mais abandonar o “fim do mundo” – no melhor sentido do termo.

Com 71 mil habitantes, Ushuaia é a cidade mais ao sul no planeta (ainda que os chilenos contestem essa afirmação apresentando o vilarejo de Puerto Williams, de apenas duas mil almas, como tal…).

Graças à latitude quase polar, tornou-se destino certo de quem gosta de esportes de inverno, com uma estação de esqui das mais pitorescas: a do Glaciar Martial, a apenas 7 km do centro.

 

Já o centro invernal de Cerro Castor, a 26 km da cidade, é maior e mais famoso, tendo sediado diversas competições internacionais de esportes de neve.

Esse rincão da Terra do Fogo oferece ainda passeios para ver pinguins, lobos marinhos e aves endêmicas do extremo sul da América.

Sem falar na cidade em si, que oferece um monte de bares e restaurantes aconchegantes, assim como marcos históricos, como o Trem do Fim do Mundo e a Praça Malvinas Argentinas – com seu monumento que desafia os britânicos com a frase: “Voltaremos!”


6) CORDOBA
           A metrópole da cultura

Há quem diga que esta é a mais injustiçada e subestimada metrópole da América do Sul. Faz sentido, já que a cidade de quase 1,5 milhão de habitantes (segunda mais populosa do país) é vibrante, repleta de história, arquitetura destacada e atrativos culturais. Possui tantas universidades e escolas que ganhou o apelido de “La Docta” (“A Culta”).

 

 

Córdoba ostenta patrimônios da humanidade reconhecidos pela Unesco, como a Manzana de los Jesuítas, um conjunto de construções coloniais de rara beleza, muito bem preservadas.

Sem falar nos seus 32 museus, 25 bibliotecas, 8 teatros e 3 observatórios astronômicos. Todos eles com intensa programação de festivais e mostras o ano todo. Destino certo para quem ama cultura.


7) BARILOCHE
           A preferida dos brasileiros

Ela é, certamente, o mais famoso destino de inverno da América do Sul. A cidade de San Carlos de Bariloche tem 130 mil habitantes, mas sua população quase triplica todos os anos entre junho e setembro, época em que as famosas montanhas Catedral e Tronador atraem gente de todo o continente.

Ali se praticam esqui, snowboard, tubbing, snowmobile… Não faltam opções, pistas e equipamentos montanha acima.

Mas Bariloche não é só neve. A cidade é cercada de lagos, como o Nahuel Huapi, que oferece diversas alternativas de lazer o ano todo – até mesmo a navegação em direção ao Chile, que fica a poucos quilômetros dali.

E o visitante também tem à sua disposição mais de uma centena de restaurantes, cafés e lojas do delicioso chocolate local.


8) PENÍNSULA VALDÉS
             A vida que vem do mar

Poucos lugares no mundo são tão bons para avistar baleias quanto este recanto litorâneo argentino. A Península Valdés faz parte da Patagônia e tem uma área de aproximadamente 4.000 km² (três vezes o tamanho do Parque do Ibirapuera, em São Paulo).

Suas falésias e enseadas são de rara beleza, mesmo no frio inverno da região. Abrigam uma grande variedade de espécies de aves migratórias, focas, pinguins, orcas e golfinhos.

Mas o grande atrativo mesmo são os passeios de barco que levam os visitantes a alguns poucos metros das baleias-francas. Mais de duas mil delas têm as águas de Valdés como casa em boa parte do ano, fato que garantiu à península o status de Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1999.


9) SAN MARTIN DE LOS ANDES
               Glamour e conforto nas alturas

Essa foi uma das maiores surpresas que já tive nas minhas viagens pela América do Sul. Muitos a chamam de “a nova Bariloche”. Outros dizem que a comparação é errônea. O fato é que a charmosa San Martin de Los Andes se tornou nos últimos anos um “must” para quem quer esquiar e curtir o frio de modo mais exclusivo, com menos agitação e mais glamour.

Fica às margens do belíssimo Lago Lacar, quase na fronteira com o Chile. Sua estação de esqui se espalha pelas encostas do Cerro Chapelco, a meia hora de carro do centro.

Não faltam na cidade – e por todas as imediações – pequenos hotéis de charme, pousadas sofisticadas, cafés com cara de Europa e lojas de grife.

Tem também as casas de chá, como a Arrayan, no topo de uma colina, com uma vista panorâmica que já vale a viagem…


10) JUJUY
              O deserto em forma de arte

Diferente de tudo. Assim é conhecida a região de Jujuy, no norte da Argentina. Em vez da agitação de Buenos Aires ou Rosário, um gigantesco território desértico, com pouquíssima gente.

Em lugar da paisagem nevada e dos bosques de Bariloche, os tons avermelhados das montanhas áridas do altiplano andino. Em vez dos pinguins e focas da Patagônia, as lhamas e vicunhas da fronteira com a Bolívia.

Em Jujuy, você se depara com o bucolismo dos desertos de sal, ladeados por cactos e comunidades cheias de casinhas de adobe – mas tudo muito bem preparado para o turismo hoje em dia.

Imperdível, por exemplo, fazer um tour fotográfico pelo Cerro de los 7 Colores. Ou um passeio cultural pelo histórico povoado de Tilcará, notório por seus artesãos e sua gastronomia singular.

Publicado por Paulo Mancha

Jornalista especializado em turismo, foi editor chefe da Revista Viajar pelo Mundo e repórter das revistas Terra e Próxima Viagem. Desde 2003, fez mais de 50 reportagens internacionais e, em 2012 e 2014, foi agraciado com o Prêmio de Melhor Reportagem da Comissão Europeia de Turismo. Comentarista esportivo do canal ESPN, Paulo decidiu unir neste blog as duas paixões: viagens e esportes.

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