“Visitar um estádio? Sério, Mancha?”

Essa é uma pergunta que ouço muito. Porque, infelizmente, o brasileiro ainda não descobriu quão legal é fazer stadium tours no exterior

Até alguns anos atrás, estádio de futebol significava para nós, brasileiros, apenas um amontoado de concreto – geralmente malconservado – com um gramado no meio. A única razão para alguém se deslocar até lá era o jogo de futebol prometido para o fim de semana. No resto do tempo, o estádio era uma casa mal assombrada: vazia, fria, inóspita, soturna…

Esse cenário só começou a mudar em 2014, quando foram inaugurados os novos estádios para a Copa do Mundo do Brasil. Mas é um fenômeno novo, e o brasileiro ainda não se acostumou a ele.

Uma consequência disso é o desinteresse em relação aos “templos sagrados do esporte”. É comum nossos turistas irem a Londres, passarem ao lado de Wembley, e não pararem para conhecer. Idem para Roland Garros, em Paris, ou para o Yankee Stadium, em Nova York.

Um desperdício! Afinal, em todos esses casos, há tours diários para visitantes. Por valores como US$ 30 ou € 20, você é conduzido a um passeio de uma hora por um guia especializado (muitas vezes um historiador ou atleta das antigas).

Dá para tirar foto dentro do gramado, conhecer os vestiários (quase sempre repletos de camisas de jogadores famosos), as cabines de imprensa, os camarotes VIP, loja de artigos esportivos, a sala de troféus, o museu do clube ou do esporte em questão, o hall da fama…

E o melhor: você pode conversar com gente que tem a mesma paixão. Nunca me esquecerei do guia – já bem idoso – que me conduziu no icônico Estádio Anfield, na Inglaterra, declamando uma preleção do lendário Bill Shankly, o mais célebre técnico do Liverpool F.C.. Ou do bate-papo que tive com a minha anfitriã no Levi’s Stadium, de São Francisco (EUA): era uma senhora de uns 60 anos, entusiasmada ao me contar como foi ser fã do San Francisco 49ers nos anos 1970 e como foi ver Joe Montana arrasar nos anos 1980.

Tive dezenas de experiências assim – e muitas você vê aqui no blog!

Se você me permite sugerir alguns “stadium tours” imperdíveis, eu indicaria os de Wembley (Londres), Anfield (Liverpool), La Bombonera (Buenos Aires), AT&T Stadium (Dallas), Fenway Park (Boston), Levi’s Stadium (San Francisco/Santa Clara), Camp Nou (Barcelona), o Estádio Olímpico (Berlim), Madison Square Garden (Nova York) e Roland Garros (Paris).

Ah, e vale lembrar que o Allianz Parque e a Arena Corinthians, ambos em São Paulo, têm tour guiado nos moldes internacionais. Uma excelente iniciativa que, espero, deixe de ser exceção em breve.

Na sua próxima viagem, não se esqueça de colocar um estádio no itinerário. Seja ele qual for. Se você gosta de esportes, vai se divertir e ter muito para contar aos amigos na volta.

Publicado por Paulo Mancha

Jornalista especializado em turismo, foi editor chefe da Revista Viajar pelo Mundo e repórter das revistas Terra e Próxima Viagem. Desde 2003, fez mais de 50 reportagens internacionais e, em 2012 e 2014, foi agraciado com o Prêmio de Melhor Reportagem da Comissão Europeia de Turismo. Comentarista esportivo do canal ESPN, Paulo decidiu unir neste blog as duas paixões: viagens e esportes.

2 comentários em ““Visitar um estádio? Sério, Mancha?”

  1. Fantástico Mancha ! Meu sonho conhecer um estádio desses , muito legal suas dicas !
    #GoPackers

Faça seu comentário aqui!

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: