Você já teve dissabores em um avião? Já ficou com raiva de outro passageiro? Veja dicas de etiqueta a bordo e evite problemas!
Não é raro ver gente discutindo em aviões, sobretudo nos voos longos, aqueles que “cansam” até o mais acostumado a viajar.
Com base na minha experiência e em dicas de comissários, pilotos e outras pessoas versadas no assunto, montei os “10 Mandamentos do passageiro”. Vamos lá!
- Reserve com antecedência a poltrona do corredor se você é daqueles que costumam levantar com frequência para pegar objetos no bagageiro, ir ao banheiro ou simplesmente esticar as pernas. Assim você não perturba ninguém.
. - Nunca mova seu encosto para trás de forma abrupta. Essa é a maior causa de discussões a bordo. Antes de reclinar, dê uma olhadinha para trás, certifique-se de que não há bebidas ou objetos na mesinha do passageiro e, se achar adequado, avise: “Vou reclinar o banco, ok?”. E faça de forma delicada.
… - Aliás… encosto reclinado atrapalha quem está atrás na hora das refeições. Lembre-se disso e, por educação, volte o encosto à posição vertical quando a comida chegar. Na hora de reclinar de novo, avise a pessoa de trás. Uma vez, o mal educado da frente reclinou de repente e derrubou meu copo cheio de refrigerante no meu colo. Passei 8 horas de voo molhado de Coca-Cola por causa disso…
. - Seja delicado mexer no bolsão da poltrona e na tela “touch”. Lembre-se que tem alguém sentado na poltrona da frente. Por isso, evite encostar os joelhos nela ou ficar chacoalhando as pernas. Se o sistema de entretenimento for aquela telinha do tipo “touch”, seja delicado ao tocar para escolher seu filme, game ou música. Nada é mais desagradável que a pessoa de trás cutucando com força o seu apoio de cabeça!
. - Não ocupe todo o apoio de braço. Dividir o espaço com o vizinho é mais que uma questão de cortesia; é uma obrigação. Aliás, se você é uma pessoa grande (como eu!), há uma dica para evitar que seu cotovelo vá inadvertidamente parar na barriga do vizinho na hora do sono: coloque a mão sobre a sua própria barriga, por baixo do cinto de segurança. O cinto impedirá que seu braço se mova inadvertidamente em direção ao vizinho, sem que você precise fazer qualquer esforço para isso.
. - Falar alto, nem pensar. Sobretudo em voos noturnos. E vale lembrar que ouvir música em volume elevado – mesmo com fones – também pode incomodar os passageiros ao lado. Preste atenção nisso.
. - Comissários não são garçons nem empregados particulares. A função principal deles, por sinal, é garantir a segurança a bordo. Trate-os com gentileza, respeito e bom senso.
. - Cuidado com as bebidas alcoólicas: está provado cientificamente que, nas condições de pressão reduzida da cabine, o efeito se potencializa. E você perde o bom senso.
. - Controle suas crianças. É normal crianças (sobretudo as bem pequenas) chorarem no avião – e todos precisam compreender isso. Por outro lado, bagunça e algazarra são outros quinhentos… Crianças correndo pelo avião, gritando ou extrapolando nas brincadeiras são frequentemente o estopim para uma briga entre adultos. Leve videogames (mas deixe-os sem som ou com fone) ou outras distrações para os pequenos. E tente fazê-los compreender que não estão na sala de casa, mesmo que isso seja trabalhoso.
. - Não levante assim que o avião pousa. Você deve sempre respeitar o aviso de “atar cinto de segurança”, mesmo quando o avião está no chão. Saiba que, no passado, muitos ferimentos ocorriam com aeronave em terra, taxiando, pois frequentemente os pilotos são obrigados a frear bruscamente por conta de alguma obstrução na pista. Volta e meia as pessoas caíam nessas brecadas.
Ah, e a REGRA DE OURO em tempos de pandemia: USE A MÁSCARA O TEMPO TODO!
Só tire rapidamente para dar goles na sua bebida ou comer.
Em tempo… Quem manda a bordo?
Políticos, juízes, empresários ou celebridades devem pensar duas vezes antes de disparar o clássico chavão dos viajantes inconvenientes: “você sabe com quem está falando?”.
Dentro de um avião, o comandante é a autoridade máxima e ponto final. Na interpretação do Código Brasileiro de Aeronáutica feita pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele pode delegar a mesma autoridade a outros tripulantes.
Ou seja, você tem que obedecer os comissários, que, antes de tudo, são agentes da segurança de voo – e não garçons ou garçonetes, como muitos pensam.
Em casos extremos, o piloto pode e deve pousar o avião em qualquer aeroporto mais próximo ou voltar à origem, solicitando a retirada de um passageiro inconveniente à polícia local.
E nada muda em território estrangeiro, pois os direitos e deveres dos tripulantes são estabelecidos na convenção internacional de aviação civil. Os passageiros expulsos de um voo são deportados ou, em voos domésticos, são detidos pela polícia para verificação dos fatos.
Crédito da imagem de abertura: divulgação do filme Os Amantes Passageiros