A maior surpresa que tive ao visitar Pilsen, na República Tcheca, foi achar um memorial dedicado ao General Patton. E ele vale a visita!
Foi em 2016. Eu visitava Pilsen, cidade mundialmente famosa por suas cervejas, quando me deparei com algo absolutamente inusitado: um museu dedicado a um general… dos Estados Unidos. Sim, o Patton Memorial.

Não, eu não estava bêbado, nem perdido, apesar de ter me refestelado com o néctar da famosa cervejaria Urquell poucos minutos antes do fato, como revela a foto… 🙂
Aliás, confesso: quase que a descoberta não acontece. Afinal, naquela tarde de sábado, 30 de abril, rolou ali mesmo, no estádio da cidade, a incrível partida de futebol entre o F.C. Viktoria Plzen e o F.C. Banik Ostrava, com a vitória por 2 a 0 do time local, que se sagrou campeão nacional.
Fiquei tentado a comprar um ingresso, mas minha curiosidade pela história da Segunda Guerra falou mais alto que o (quase extinto) apreço pelo futebol…
Voltando ao museu, eu já tinha ouvido falar de sua existência. Larguei a breja e fui atrás dele. Você deve estar perguntando: “Mas como assim um museu militar americano, Mancha?”. Tem lógica e razão de ser. Eu explico.
Nos estertores da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a então Tchecoslováquia sangrava nas mãos das tropas nazistas. Quando os tanques dos EUA chegaram à fronteira, a menos de 80 km de Pilsen (nas fotos abaixo), uma coisa bizarra aconteceu: os soldados americanos receberam ordens de parar e esperar. Não deveriam, sob hipótese alguma, cruzar a fronteira.
Motivo: os acordos de divisão de áreas de influência recém-assinados pelos aliados. Segundo esse tratado, a tarefa de libertar a República Tcheca era dos soviéticos, e não dos americanos.
Só que os soldados de Stalin ainda estavam longe dali. Enquanto eles não chegavam, os nazistas aproveitavam para saquear tudo o que podiam, além de executar pessoas… 😦

Mas um general americano decidiu desobedecer às ordens superiores e partiu para libertar Pilsen. Seu nome era George Patton – o mesmo que inspirou o filme homônimo de Hollywood, vencedor do Oscar de 1970.

As tropas de Patton (olha ele aí ma foto ao lado) expulsaram os alemães e garantiram um sopro de liberdade ao lugar, impedindo sua devastação total.
Posteriormente, quando os soviéticos chegaram, os americanos tiveram que se retirar. Mas a mística de Patton permaneceu.
É por esse motivo que, quando o país deixou de ser comunista, em 1990, surgiu a ideia de criar um museu inteiramente dedicado aos momentos finais da Segunda Guerra. Em 2005, ele foi finalmente inaugurado em Pilsen, para homenagear as unidades ianques.
E olha aí, fãs da NFL: até bola de futebol americano tem lá! O General Patton era fanático pelo esporte. Jogou na academia militar e usava metáforas de playbook para explicar suas estratégias de ataque com blindados.
Não tem só o museu lá: todos os anos, uma grande comemoração é realizada na Semana da Libertação (a primeira de maio), com direito a muitos aviões antigos nos céus, desfiles de veteranos, tanques, jipes, flores, celebridades, políticos americanos de primeiro escalão, discursos, lágrimas, sorrisos e, claro, cerveja.
A entrada no museu custa 60 coroas (mais ou menos R$ 10) e vale muito a pena se você curte a história da Segunda Guerra Mundial.
Saiba mais: Patton Memorial
OBS.: No site, consta que o museu está fechado para reforma desde maio de 2018, mas há registros de visitas no TripAdvisor e no Facebook. Provavelmente, esqueceram de atualizar a página…
Uaaau…. Pilsen é uma cidade. Juro que não sabia disso. A gnt bebe e nem sabe a origem daquilo.
Muito bacana!