Você nem precisa ser um fanático por vinhos para curtir os diversos passeios que as vinícolas oferecem. Confira as cinco mais bacanas que eu visitei nos últimos tempos
Viu Manent
Vale de Colchágua – Chile
Cada vez mais os brasileiros viajam para o Chile. E é um pecado ir ao país e não se deliciar com o mais famoso de seus produtos: o vinho. A 130 km da capital, Santiago, está o Vale de Colchagua. Trata-se de uma das mais privilegiadas regiões do mundo para o plantio de uvas e fabricação de vinhos de qualidade superior. Ali está a Viu Manent, cujos vinhedos são cultivados desde 1860. Hoje, mais da metade de sua produção é destinada aos Estados Unidos. Não bastassem os passeios em charretes com guias bilíngues, a vinícola oferece degustações fartas, inclusive do delicioso tinto da uva carmenere – variedade trazida ao Chile antes que uma praga a extinguisse totalmente da Europa, no século 19. A vinícola, por sinal, é um museu da uva. Suas construções datam de 1900 e a cave, com 4600 garrafas, virou uma das grandes atrações do vale. Ah, dá para explorar o lugar de bike!
Dica: El Incidente – um dos ícones da vinícola, feito com 85% de uvas carmenere e o restante de malbec e petit verdot. No Chile custa o equivalente a R$ 180. No Brasil, acha-se por R$ 270.
Maison Michel Picard
Borgonha – França
A Borgonha é mais que uma das maiores regiões de viticultura do planeta. Ela é uma grife. E por isso esta vinícola localizada no aprazível Château de Chassagne-Montrachet se tornou uma das mais visitadas da Europa. Seus tintos á base da uva pinot noir são premiados internacionalmente, mas ela arrebanha turistas também graças a seu hotel-boutique em meio aos vinhedos e seu belo museu. No seu interior há uma adega do século 14, onde as degustações são realizadas. Sem falar no charmoso restaurante, em que a harmonização dos vinhos com os pratos é perfeita.
Dica: Bourgogne Pinot Noir – um dos mais famosos vinhos da região, 100% feito de uvas pinot noir, com paladar frutado e nítido envelhecimento em barris de carvalho. Na França sai por 12 euros. No Brasil, por cerca de R$ 60.
Família Zuccardi
Mendoza – Argentina
Colada aos Andes, numa das regiões mais cênicas de toda a Argentina, a cidade de Mendoza tem se consolidado como uma “meca do vinho” na América do Sul. Essa área ficou particularmente célebre por seus vinhos de uva malbec. A vinícola Família Zuccardi é uma das maiores da província e conhecida internacionalmente pelo apuradíssimo complexo de recepção a visitantes. Ela engloba não apenas os vinhedos e a linha de produção como também um restaurante de alto padrão, auditório para cursos e palestras, centro de degustação, loja e inúmeras atividades oferecidas aos visitantes. Dá para fazer desde passeios de quadriciclo até sobrevoos de balão sobre as plantações. Tudo isso com o panorama nevado da cordilheira ao fundo.
Dica: Zuccardi Zeta – a vdete da vinícola. É um vinho intenso, bastante alcoólico (15%), feito com 83% de uvas malbec e 17% cabernet sauvignon. Na Argentina sai pelo equivalente a R$ 130. No Brasil, custa cerca de R$ 230.
Elderton Wines
Barossa Valley – Austrália
O Sul da Austrália tem um dos melhores climas do planeta para a plantação de uvas viníferas. Some-se a isso a imigração europeia e não admira que ali tenham surgido nos últimos cinquenta anos vinícolas capazes de competir com quaisquer outras do mundo todo. No Vale de Barossa estão várias delas, incluindo a Elderton, uma vinícola familiar fundada em 1894 por imigrantes alemães. A revista especializada Wine & Spirits a incluiu no rol das , “100 melhores do mundo”. Isso graças a seu vinho da uva shiraz, que foi consagrado por duas vezes o mais perfeito do planeta em concursos de enologia. Está a 85 km de Adelaide e uma visita a ela inclui degustações, passeios pelas colinas repletas de uvas e, para quem preferir, até mesmo hospedagem, no simpático Elderton Lodge – uma pousadinha pra lá de glamorosa no meio dos parreirais.
Dica: Ode to Lorraine – um dos tintos de elite da vinícola, feito com uma mistura de uvas cabernet sauvignon, shiraz e merlot. Na Austrália, sai pelo equivalente a R$ 90. No Brasil, é raramente encontrado, sempre por mais de R$ 180.
Vinícola Miolo
Bento Gonçalves – Brasil
A Serra Gaúcha tem se consolidado como região produtora de espumantes de nível internacional e de bons tintos e brancos para o mercado nacional. Para o turista, o melhor de tudo é ver que a infraestrutura para visitantes segue o crescimento da qualidade dos vinhos. É o caso da Miolo, líder no mercado nacional de vinhos finos, que recebe todos os anos mais de 100 mil entusiastas e turistas. Ela fica no Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul, e tem como estrela o Miolo Lote 43. A Miolo disponibiliza cursos, degustações e visita às vinhas. E quem quiser aproveitar a paz e o bucolismo do cenário pode se hospedar por ali: fica ao lado do sofisticado Hotel & Spa do Vinho Caudalie.
Dica: Miolo Lote 43 – é um dos mais famosos vinhos da Serra Gaúcha, feito de uvas merlot e cabernet sauvignon, envelhecido em barricas novas de carvalho francês e americano. Custa em média R$ 120.
Adaptação da reportagem que escrevi para a revista Seu Próximo Destino
O restaurante da Viu Manent é ótimo. Vale combinar a visita com outras da região, como Casa Lapostolle, Haras de Pirque, Casa Silva e Vina Montes.