Conheça a cidade que une as tradições sulistas com a tecnologia da NASA e o amor por beisebol e futebol americano!
(Adaptação da reportagem que escrevi para a edição 87 da Revista Viajar pelo Mundo. Não conhece? Clique aqui!)
Daria para escrever páginas e páginas sobre o que fazer em Houston, cidade vibrante, uma espécie de “capital do sul” (ainda que Atlanta também reivindique esse título).
Em minha jornada, cheguei à cidade no início da noite e dei de cara com um clima de festa: a 500 metros de meu hotel, ficava o pitoresco Minute Maid Park, o estádio do time local de beisebol, o Houston Astros.
Claro que eu, fanático por esportes, corri para a bilheteria e comprei um dos melhores ingressos para o clássico contra os Yankees de Nova York.
Valeu a pena. Não só pelo jogo, mas pela oportunidade de me mesclar aos locais e entender um pouco mais sua cultura e seu modo de viver. E de comer: os hot dogs gigantescos e as porções tamanho família de nachos com queijo e chilli são tradição entre os torcedores por aqui.
Sem falar no estádio em si, que é uma obra de arte: foi erguido – acredite – sobre uma antiga estação de trens do Século 19, preservando boa parte da construção, como o monumental portão principal, por exemplo. Uma verdadeira façanha de engenharia e arquitetura.
Por falar em esportes, em Houston fica o NRG Stadium, palco do Super Bowl 51, realizado em 7 de fevereiro de 2017. Veja a reportagem em vídeo que fiz lá:
E que tal a Field of Dreams, uma loja ímpar para fãs de esportes? Eu fiz uma matéria só sobre ela. Clique aqui ou na foto abaixo para ver.
Houston, we have… fun! – Na manhã seguinte, refeito da viagem, das emoções esportivas e da comilança na arquibancada, parti em direção à mais famosa atração turística de Houston: o Johnson Space Center, a 30 minutos do centro.
Trata-se do enorme complexo de pesquisa e controle de missões espaciais da Nasa. Lembra-se da frase “Houston, we have a problem?” Pois é, foi para os cientistas deste lugar que o astronauta Jim Lovell a proferiu, em 13 de abril de 1970, quando um defeito quase custou a vida da tripulação da nave espacial Apollo 13.

Em Houston, não acontecem os lançamentos de foguetes propriamente ditos. Por isso, confesso que eu imaginava que o lugar fosse pouco interessante. Engano – e dos grandes. O centro espacial de Houston tem, sim, um monte de foguetes e naves espaciais expostos.
Começa na entrada, quando o visitante dá de cara com um Boeing 747 que carrega o ônibus espacial Independence no dorso. Uma visão de arrepiar!
Há ainda uma versão do foguete Saturno V (que levou ao espaço as missões lunares nas décadas de 1960 e 70), assim como quase todos os modelos de cápsulas espaciais já utilizados pela Nasa.
O Johnson Space Center, vale frisar, é totalmente child-friendly. Em outras palavras, se você tem filhos, eles vão se divertir a valer nos displays interativos, jogos e apresentações 3D. Sem falar na parte educativa – dá até para bater papo com astronautas de verdade, principalmente os que estiveram em missões dos ônibus espaciais.
Para mim, o momento mais emocionante foi a visita à antiga Sala de Controle de Missão (na foto abaixo). Quem assistiu ao sucesso do cinema Apollo 13 certamente se lembra do ator Ed Harris interpretando o diretor da missão, Gene Kranz, naquela sala, de onde saíram as instruções que evitaram a tragédia 46 anos atrás.

Diversão subterrânea – A ciência não é atração só no Johnson Space Center. Houston também é famosa pelo Downtown Aquarium, uma mistura de aquário, restaurante e parque infantil encravada em pleno centro da cidade. Ali, você pode almoçar, apreciar exemplares da fauna aquática do mundo todo, andar de trenzinho pelo complexo com seus filhos e se encantar com os raríssimos tigres brancos que ocupam um nicho todo especial.
Outro lugar especialíssimo é o Houston Museum of Natural Science. Esse museu de ciências fundado em 1909 recebe nada menos que 2 milhões de visitantes por ano . Só para efeito de comparação, o Brasil inteiro recebeu 6 milhões de turistas estrangeiros em 2015…
Há uma infinidade de mostras, que vão desde fósseis até um planetário – tudo num ambiente vanguardista, com muita tecnologia e interatividade, sobretudo para as crianças.
“Mas eu não tenho filhos, nem ligo muito para bichos ou ciência”, você pode estar dizendo. Sem problemas. Houston é também um paraíso de compras. Particularmente, eu recomendo um passeio descompromissado pelo Houston Tunnel System – ou simplesmente Downtown Tunnels, como são chamados.
Esse complexo de túneis subterrâneos começou a ser construído em 1930, como forma de permitir aos pedestres caminharem longe do sol e calor inclementes do verão texano. Com o passar das décadas, surgiu um labirinto que liga 95 quarteirões, com 30 saídas para a superfície.
Os túneis acabaram se convertendo em um grande shopping center, com centenas de lojas, restaurantes e alamedas de serviços – sempre lotados na hora do almoço ou no fim da tarde. Muitos hotéis, teatros e grandes lojas de departamentos têm conexões com o sistema, o que facilita o deslocamento.
Por isso, nas últimas horas de minha jornada texana, o carro ficou na garagem. Seja de dia, pelo shopping subterrâneo, seja à noite, curtindo o visual dos arranha-céus iluminados em downtown, o contato direto com essa metrópole cheia de vida garante um fim de viagem cheio de memórias agradáveis. Tão intensas quanto o clima, a tradição e a cultura do Texas.

A reportagem teve o apoio da Hertz Aluguel de Carros, da Faberg Tour Experience e do Texas Tourism.