Conhecer cidades a partir de seus rios navegáveis é uma forma inigualável de fazer turismo. Confira!
*Por Flávia Pegorin
A gente vai viajar e passa rapidamente a pesquisar passeios, lugares para uma refeição especial, como circular pela cidade, paradas diferentes dos roteiros comuns… E, que bacana, existem formas de juntar uma, duas ou mais dessas variáveis na mesma questão: os tours de barco.
Em grandes metrópoles com rios consagrados e bem tratados, os passeios com barcos já são clássicos – e vendidos em formatos de todo jeito, como roteiros românticos para casais ou baladas animadas para solteiros.
A seguir, quatro sugestões. Pode apostar sem medo de naufragar suas memórias de viagem!
Paris

Os bateaux-mouches só começaram a operar passeios turísticos na capital francesa depois da Segunda Guerra Mundial – antes eram meios de transportes de carga. Hoje são porto-seguro para turistas do mundo todo, que lotam os simpáticos barcos.
São duas empresas que prestam os melhores serviços: Vedettes du Pont Neuf e Bateaux Parisiens (dá para checar saídas, horários e comprar ingressos pelos sites). Existem tours de muitos tipos, até aqueles com jantar requintado ou focados nas crianças.
O mais bacana, no entanto, é um bem simples, que custa menos de 15 euros. Sai do deck próximo à Catedral de Notre-Dame no fim da tarde, faz a volta em frente à Torre Eiffel e finaliza de onde partiu.
Com sorte – e um sol bonito – pega-se a beleza do fim de tarde e a Torre acendendo para a noite. Aí entende-se melhor a alcunha de Cidade Luz.
Londres

Os “river cruises” pelo Tâmisa também são muitos e bem variados. Passeios mais simples vão de Westminster a Greenwich, inclusive em sistema de “hop on/hop off”, quando o dono do bilhete pode descer do barco, circular pela cidade e depois apanhar outro para seguir viagem.
Existem também opções com chá da tarde, com jantar e espumante, tour com jazz ao vivo… E tem ainda o London RIB (Ridged Inflatable Boat), barco menor e de mais velocidade, para quem quer turismo mais radical.

Talvez um dos passeios mais bacanas seja o Tate to Tate. São 40 minutos de trajeto ligando duas das principais galerias da capital, a Tate Britain e a Tate Modern. Vai do clássico eterno ao moderno maluco, ou vice-versa, com o meio de transporte mais bacana (e muito mais rápido do que de ônibus ou metrô).
Amsterdã

A capital holandesa não é uma cidade muito grande, mas tem centenas de quilômetros de canais. Foram esses diques que fizeram sua fama e, até por isso, eles são a alma de Amsterdã. Então, nenhuma viagem por lá estaria completa sem um giro pela água.
Os passeios diurnos são muito parecidos – uma hora a bordo com um guia explicando a história e os “causos” mais interessantes sobre a cidade. E são interessantes mesmo (tanto que, no verão, ficam lotados – compre ingressos com antecedência!).
Para variar um pouco, a melhor opção é o Amsterdam Jewel Cruises, a bordo de barcos antigos e com jantar. Uma visão adorável da cidade – sem gente no microfone, só para curtir a vista.
Chicago

Tudo bem, ela não é uma “capital”, mas apenas uma cidade que mostra, como poucas, como respeitar, usufruir e tirar o melhor do seu rio.
Chicago passou por um grande incêndio em 1871 que mudou toda a vida local. Os modos da cidade se transformaram tanto que até o curso d’água foi revertido em uma obra de engenharia ousada (para qualquer época).
Mas isso não danificou o Rio Chicago, muito pelo contrário. Hoje, ele é a espinha dorsal da cidade – e o tour de barco mais sensacional que se faz ali é o passeio arquitetônico, o Chicago Architecture Foundation River Cruise.
Pode parecer loucura, mas não, não se trata de uma jornada aborrecida de uma hora falando sobre prédios. Quanto melhor o entendimento do inglês, claro, melhor a compreensão de como Chicago se tornou uma cidade moderna, preocupada com o meio ambiente, interessante e divertida.
Os guias são estudantes de engenharia e arquitetura com muitos conhecimentos de arte e um discurso irreverente. Uma forma muito agradável de conhecer a cidade sem dar um passo sequer.
FLÁVIA PEGORIN é jornalista especializada em turismo e gastronomia – mas gosta de praticar bons textos no dia a dia também. É torcedora fiel do São Paulo FC, do New York Jets, do Boston Red Sox, do Chicago Bulls e da seleção feminina de curling da Suécia. Escreve semanalmente no Viajando por Esporte para dividir todas as suas viagens.