Nosso leitor Raphael Oliveira foi a Seattle, nos EUA, conferir uma partida dos Seahawks, em um dos estádios mais animados da NFL!
Por Raphael Oliveira*
Assistir a um jogo da NFL já é uma experiência muito bacana, mas ter a oportunidade ver o meu time, Seahawks, jogando em casa contra o principal rival (San Francisco 49ers) é algo ainda melhor. Foi o que fiz no dia 22 de novembro deste ano.
Chegar ao estádio é bem tranquilo. Já estava tudo esquematizado. Eu ficaria uma semana em Seattle e, assim, havia comprado o cartão de passe de ônibus local – o Orca Card.
Ainda na portaria do hotel, aproveitei para checar se as informações que o Google me passou estavam corretas. Uma funcionária confirmou que sim. Mas, na hora de sair, um motorista que estava por ali me perguntou se eu iria para a partida e se estava interessado em ir com ele.
De ônibus, eu gastaria U$ 3,50; com ele, a viagem sairia por U$ 10,00. Como ele ainda apanharia mais alguns torcedores e era meu segundo dia na cidade, resolvi aceitar a proposta.
Paramos em outro hotel, onde embarcaria um casal que também estava indo para o jogo. Eles eram de San Francisco e estavam animados para acompanhar a partida após a viagem. Ele, torcedor do 49ers; ela, dos Seahawks, como eu.
Brinquei que a viagem deles não tinha sido nada comparada com a minha, ao informar que era brasileiro e que tinha viajado de tão longe para ver o jogo. Eles tiveram que concordar…
A INCRIVEL “TOUCHDOWN CITY” – Chegar ao estádio não levou nem 20 minutos. Eram 9h00 da manhã, e a partida estava marcada para as 13h25. Como tínhamos ingressos para lados opostos das arquibancadas, nos despedimos e cada um seguiu seu destino.
Aproveitei para caminhar pelos arredores do estádio e visitar as lojas. Por ser a ultima semana de novembro e pela proximidade com o Natal, uma delas aproveitou e colocou na entrada um Papai Noel devidamente trajado com as cores do time. Havia também renas uniformizadas e um trenó, que ficou circulando pelo entorno do estádio atraindo a atenção de todos.
Às 10h00, finalmente os portões se abriram e fui conhecer a Touchdown City, área reservada para atividades pré-jogo dentro do complexo do estádio.
Não faltam opções de entretenimento para toda a família. Há estandes para tirar fotos (são enviadas automaticamente para o seu e-mail), áreas de atividades para crianças e adultos e muitas ações de patrocinadores.
Um dos estandes era da National Guard e algo que me chamou muito a atenção foi o respeito dos americanos por seus militares – ainda mais por estarmos no mês em que se homenageiam os soldados americanos envolvidos em todas as guerras do passado e do presente. Muitos dos torcedores, ao passarem pelo estande, faziam questão de parar, cumprimentar o militar e agradecer pelo seu serviço a nação.
ENTRADA TRIUNFAL EM CAMPO – Dentre as opções para as crianças, existe o desafio das 40 jardas. As crianças que conseguirem correr essa distância em menos tempo são premiadas. Sem falar nos desafios de field goal, retorno de chute e o de quarterback – que tem versão adulta também. Preferi não arriscar, já que nunca lancei uma bola oval na vida.
Como nesta temporada a franquia está completando 40 anos, durante todos os jogos em casa há pelo menos um ex-jogador em sessão de autógrafos com os torcedores. Entrei na fila, ganhei um livreto com alguns fatos importantes dessas quatro décadas e peguei o autografo do wide receiver e membro do Hall of Fama, Steve Largent – um dos grandes astros da história da NFL.
Depois de duas horas de entretenimento pré-jogo, achei que já era hora de me dirigir às arquibancadas. Cheguei ao meu assento, que ficava na altura da linha de 20 jardas, com antecedência para me ambientar.
Logo verifiquei que, à minha esquerda estava o local onde é realizada a cerimonia de hasteamento da bandeira do “12th Man” (uma homenagem à fanática torcida dos Seahawks, conhecida como o “12º homem em campo”). Não perdi a chance e me encaminhei para lá.
Chegou então o momento do hino nacional, com direito aos caças passando por cima de nossas cabeças…
Os jogadores entram no gramado e a Legion of Boom é chamada a campo um a um, no melhor estilo NBA. O estádio vem abaixo com a apresentação de Kam Chancellor, Richard Sherman, Earl Thomas e cia.
TORCIDA QUE CANTA E VIBRA – Veio então o momento do hasteamento da bandeira, conduzido pelo arremessador e membro do Hall da Fame do beisebol, Randy Johnson.
Pronto! A atmosfera para a partida atingia o seu ápice. Voltei ao meu local ainda meio sem acreditar que estava realizando um sonho. A partida se iniciou com o chute de Steven Hauschka e, na primeira posse de bola do time visitante, logo tivemos um “3 & out”, para alegria da torcida de Seattle.
E com apenas 2m58 de partida, Russel Wilson conduziu o time até a endzone adversária para um touchdown e a primeira explosão do CenturyLink Field!
O som é realmente alto e a torcida, incrível. Atrás da minha cadeira estava uma família inteira: desde uma garota de 15 anos até os avós. E, junto com eles, um torcedor do time adversário que foi o alvo de gozações de todo o setor da arquibancada, a cada grande jogada do Seahawks. Para desespero dele foi um longo jogo…
Aproveitei o intervalo para dar uma volta no estádio e conhecer melhor a estrutura. Uma das peças de publicidade do Superbowl XLVIII (vencido pelos Seahawks) fica em constante exposição, assim como um quadro com capacetes de todos os times de high school do estado de Washington.
A CADA FIRST DOWN, UMA DOAÇÃO – Dentre as politicas do estádio, uma é de cessar a venda de bebidas alcoólicas no 4º período de jogo. E há outros fatos interessantes. A cada first down conseguido pelos Seahawks, são doados 512 dólares para uma fundação. Nessa partida, foram, ao todo, 28 first downs, num total de 14.336 dólares em doações.
Caso a defesa consiga 3 sacks, um dos patrocinadores garante um sanduíche gratuito para todos os que foram ao estádio e, caso o time anote 21 pontos ou mais, existem promoções exclusivas na loja da 7 Eleven.
Não foi a minha primeira ida a uma partida de esportes americanos, mas ainda assim me surpreendi com a forma como conseguem expor seus patrocinadores e garantir o devido retorno as marcas. Existem ações de ativação de todas as formas, desde o pré-jogo até o pós-jogo.
Outro fato interessante com a cidade de Seattle é a “Blue Friday” – todas as sextas-feiras é dia de vestir as cores do time e, de fato, isso acontece.
No final, os Seahawks venceram os 49ers por 29 a 13. Essa minha experiência em Seattle foi incrível e única. E eu só tenho a agradecer à minha maravilhosa esposa por esse presente.
Raphael Oliveira é carioca, mas mora atualmente em Uberlândia. Estudou na Universidade Autônoma de Barcelona e na Duke University (EUA) e hoje conduz a Esportes de A a Z. Torce, obviamente, para o Seattle Seahawks.
Quer saber mais? Fale com ele!
Tive essa experiência em janeiro de 2014, na campanha do título, fui ao Divisional Round contra o New Orleans Saints. Realmente é absurdo o quanto os torcedores dos Seahawks são fanáticos e nos playoffs então… Sem dúvidas o melhor evento esportivo que eu já presenciei, e digo isso já tendo ido em finais de libertadores. A NFL é sensacional!!