Conheça a companhia aérea dos seus sonhos!
(ainda que ela seja só de mentirinha…)
Por Flávia Pegorin*
Sim, é verdade que as companhias aéreas estão sempre tentando se reinventar e melhorar sua imagem. Normalmente, isso acontece ali pela identidade visual, com novas pinturas na aeronave, novos logotipos, toda uma “maquiagem” que apresente bem seus produtos. Renovações mais profundas já são mais difíceis de acontecer.
Foi aí que entrou uma agência de design norte-americana, a Teague. Lá, eles criaram uma companhia que busca a personalização de serviços, como fizeram o Uber e o Airbnb.
O nome da maravilha que eles inventaram é Poppi. E seu único defeito é não ser uma linha aérea de verdade, em operação.


Olhando as imagens , dá vontade de sair reservando bilhetes já. A Poppi foi um conceito desenvolvido para uma exposição de design que ocorreu em Portland, EUA, a fim de levar ideias ao ramo aéreo.
Seus criadores dizem que olharam para tudo aquilo que costuma importar para os passageiros – driblando também os aborrecimentos pelos quais todos passam em empresas-padrão. “Há muitas partes do modelo de negócio aéreo que merecem reinvenção urgente”, dizem.
Eles sabem que, diferente dos ramos onde atual o Uber e o Airbnb, o transporte aéreo não é um meio tão simples de “invadir”. Mas talvez baste mudar o pensamento convencional. E ajudar empresas como a JetBlue ou a Virgin America a serem ainda mais inovadoras.


Na Poppi, muita coisa funcionaria diferente. Não haveria aquela loucura de bagagem estocada aos montes nos maleiros: só seriam permitidas pastas, bolsas de laptop, pequenos itens pessoais mesmo.
O famigerado assento do meio (nas fileiras de três ou mais poltronas) também seria repensado: o “dono” na cadeira do meio receberia brindes e mimos especiais, perdendo aquela pecha de “assento-mico”. Isso graças a associações com outras empresas.
Os inventores da Poppi também previram clubes de fidelidade onde os membros poderiam revender ou trocar com outros usuários os tickets que não pudessem usar.


A tecnologia seria amiga do passageiro também no portão de embarque, com informações em tempo real sobre a chegada e situação da aeronave (se está terminando a limpeza ou se a cabine já será liberada, por exemplo).
Haveria ainda uma “cinema class”, com telão considerável para todos apreciarem filmes exclusivos durante o voo, e uma “click class”, para executivos – com malas de design específico, para quem viaja muito, que seriam plugadas às poltronas para maior comodidade e acesso.
E todas as classes teriam não os infames carrinhos de comida duvidosa, mas máquinas para pegar, a qualquer momento, seus snacks e bebidas frescas.

Ok, toda essa belezura da Poppi não existe e não adianta sofrer por isso. Mas há um alento: exercícios de design e remodelagem de negócios como ela plantam ideias no mercado.
Algumas inovações são vistas e entendidas como possibilidades para companhias em operação – e algumas já estão em contato com a agência Teague para conhecer melhor os conceitos (sendo que Boeing, Air Canada, Aeromexico e Emirates, por exemplo, já foram clientes da empresa).
Assim é que começam as mudanças – de uma ideia nasce uma inovação, os clientes avaliam e recomendam a outros a experiência e mais companhias adotam as novidades. E que soprem logo os bons ventos da mudança nesse mercado.
Saiba mais: Poppi
FLÁVIA PEGORIN é jornalista especializada em turismo e gastronomia – mas gosta de praticar bons textos no dia a dia também. É torcedora fiel do São Paulo FC, do New York Jets, do Boston Red Sox, do Chicago Bulls e da seleção feminina de curling da Suécia. Escreve semanalmente no Viajando por Esporte para dividir todas as suas viagens.