Atacama parte 3: Arcoíris e Petroglifos

Formações rochosas de coloração ímpar e inscrições rupestres de um passado milenar garantem o fascínio no Valle del Arcoíris e em Yerbas Buenas

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A viagem é relativamente longa – cerca de duas horas, por 70 km de estradinhas que sobem aos terrenos mais altos. E a chegada é – literalmente – de tirar o fôlego. Afinal, estamos a mais de 3 mil metros de altitude.

Por isso, é preciso calma ao explorar o Valle del Arcoíris. Melhor assim: são tantas formações rochosas de cores variadas que a contemplação se transforma em fascínio.

Do verde ao ocre, do amarelo ao vermelho, quase todos os tons se encontram ali, naquilo que os chilenos batizaram de “catedrais de pedra”. Você acha no chão pedras incrustadas com os enigmáticos cristais negros. Também há quartzo, clorita e uma infinidade de minerais.

E não se trata de um lugar meramente “bonito”. O isolamento e o mistério que envolve a criação do cenário proporcionam a quem visita uma sensação incomum, de uma viagem psicodélica (não, eu não uso drogas), como se você estivesse em outra dimensão.

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Guarde na memória – Minha única frustração nesse lugar veio depois da visita: as fotos que tirei, definitivamente, não revelam nem metade da beleza.

Conversando com os guias, eles me disseram que isso é muito comum. Sobretudo porque as câmeras não captam a profundidade do cenário, responsável pela noção de distância e imponência dos rochedos coloridos.

Sem contar que, conforme o sol se move dia adentro, as tonalidades mudam!

Por isso, eu aconselho: não gaste todo seu tempo clicando e clicando. Suba numa das rochas menores, sente-se e admire. No Valle del Arcoíris, sua mente é o melhor cartão de memória.

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Os recados de um povo – a menos de 3 km do vale, há uma planície gigantesca. E, no meio dela, como que colocada propositalmente, uma formação rochosa com cerca de 400 metros de comprimento, por 50 de largura e uns 30 de altura.

Um marco proeminente na paisagem, tanto que, há milhares de anos, se transformou em ponto de referência e um grande painel de recados de povos de outrora.

Esse lugar se chama Yerbas Buenas. Está para os arqueólogos como a Disney para as crianças. Ali há centenas e centenas de inscrições rupestres dos povos atacamenhos, o que permite aos cientistas entender como viviam no passado, o que comiam, de onde para onde migravam e quase eram as ameaças às suas comunidades.

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Oásis do Atacama – Os pesquisadores afirmam que algumas das obras de arte têm mais de 2 mil anos. Eram, na verdade, recados dados aos passantes, já que a rocha servia de abrigo aos nômades e ajudava a proteger os animais que eles criavam. Suspeita-se ainda que ali existia uma mina de água, em tempos imemoriais.

Assim, espere ver desenhos de lhamas, pumas, crianças, poços de água, fazendas… E até da rica-rica, uma plantinha comestível do deserto que garantia hidratação a homens e bichos. Por sinal, a tradição se manteve e se modernizou: hoje em dia dá para tomar sorvete de rica-rica nos restaurantes de San Pedro.

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Publicado por Paulo Mancha

Jornalista especializado em turismo, foi editor chefe da Revista Viajar pelo Mundo e repórter das revistas Terra e Próxima Viagem. Desde 2003, fez mais de 50 reportagens internacionais e, em 2012 e 2014, foi agraciado com o Prêmio de Melhor Reportagem da Comissão Europeia de Turismo. Comentarista esportivo do canal ESPN, Paulo decidiu unir neste blog as duas paixões: viagens e esportes.

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