Mais um post da série “Cinco Dicas“, desta vez para te inspirar a visitar recantos de inverno sul-americanos. Lugares onde você pode esquiar, fazer snowboard ou simplesmente curtir um friozinho gostoso
Sim, eu deixei Bariloche de fora. “Então é ruim lá, Mancha?” Não, pelo contrário, é bem legal. Só que todo brasileiro já ouviu falar ou até visitou. Bariloche é o mais famoso recanto de inverno de nosso continente. Então, achei melhor destacar outros lugares menos conhecidos.
Vamos lá?
1. Portillo
Chile
Situado a apenas duas horas de Santiago, no Chile, Portillo é um dos pontos mais bonitos da cordilheira dos Andes. Trata-se de um resort isolado, a quase 3 mil metros de altitude, aonde se chega pela célebre “Estrada Caracol”.
Eu já visitei esse lugar três vezes e, se pudesse moraria lá… Não tem cidade nem nada. Só um hotel (excelente, esse amarelo da foto), sua estação de esqui e a possibilidade de caminhar pela orla da belíssima Laguna del Inca – uma lagoa de águas imaculadas, em pleno topo dos Andes.
No inverno, ela congela e vira uma área de lazer bem em frente ao Ski Portillo, o único hotel de toda a região. Ele inclui 34 pistas para todos os níveis de esquiadores e snowboarders, 14 meios de elevação e uma ampla área fora de pista.
Celebridades adoram este recanto. De membros da família Kennedy a Fidel Castro, não faltam hóspedes famosos nas fotos históricas que recobrem as paredes dos corredores. Seleções olímpicas de diversos países do Hemisfério Norte costumam vire treinar nesta estação de esqui.
Mesmo para quem não esquia, o resort é uma excelente pedida. No edifício principal há um restaurante de primeira categoria, com uma adega à altura – afinal, estamos no Chile, onde se produzem alguns dos melhores vinhos do planeta. Um bar com bandas de rock, blues e jazz anima as noites, assim como uma discoteca no subsolo.
Existe ainda quadra esportiva, centro de lazer infantil para os pequenos, sala de fitness e ioga, loja de roupas e suvenires, cinema, salão de beleza, spa e até uma miniclínica para o caso de alguma emergência.
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Saiba mais: Esqui Portillo
2. Chapelco – San Martin de Los Andes
Argentina
Essa foi uma das maiores surpresas que já tive nas minhas viagens pela América do Sul. Muitos chamam San Martin de Los Andes de “a nova Bariloche”. Outros dizem que a comparação é errônea. O fato é que essa charmosa vila de montanha se tornou um “must” para quem quer esquiar e curtir o frio de modo mais exclusivo, com menos agitação e mais glamour.
Com uma população de 30 mil habitantes, fica às margens do belíssimo Lago Lacar, quase na fronteira com o Chile. Sua estação de esqui se espalha pelas encostas do Cerro Chapelco, a meia hora de carro do centro.

Não faltam na cidade – e por todas as imediações – pequenos hotéis de charme, pousadas sofisticadas, cafés com cara de Europa e lojas de grife.
San Martin é base para atividades ao ar livre: caça e pesca, caminhadas, camping, escalada, rafting e agroturismo. Também oferece cassino, discotecas e restaurantes de primeira linha. Sem falar nas casas de chá, como a Arrayan, no topo de uma colina, com uma vista panorâmica que já vale a viagem.
No alto da montanha, a estação de esqui chega a quase 2000 metros de altitude. Com 22 pistas de vários níveis de dificuldade, é considerado um dos melhores pontos de prática de esportes de neve na América Latina. E mais: oferece uma deslumbrante vista ao lago Lacar, dos bosques e do vulcão Lanin.
Os fãs de esqui adoram Chapelco porque ali existe a possibilidade de praticar modalidades diversas: alpino, de fundo e de travessia. Há também pistas de snowboard, com half pipe, slalom. Sem contar os passeios em snowmobile e, acredite, naqueles simpáticos trenós antigos, puxados por cães da raça husky siberiano.
Saiba mais: San Martin – Chapelco
3. Valle Nevado
Chile
O Valle Nevado Ski Resort é a maior estação de esqui da América Latina. Fica a 60 km de Santiago e é um must entre os brasileiros. Estive lá em 2019 e foi uma viagem absolutamente inesquecível.

A estação tem três hotéis, vários prédios de apartamentos, mais de 40 pistas, 15 teleféricos e mais de 10 bares e restaurantes. É gigante.
Oferece escola de neve, com aulas para adultos e crianças através do método desenvolvido pela marca americana Burton. Para as crianças de três a nove anos, foi criado o Riglet Park, espaço projetado para facilitar o aprendizado infantil.
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4. Cerro Castor e Cerro Martial – Ushuaia
Argentina
Na única vez que visitei esse lugar, confesso que fiquei com vontade de nunca mais abandonar o “fim do mundo” – no melhor sentido do termo.
Com 71 mil habitantes, Ushuaia é a cidade mais ao sul no planeta (ainda que os chilenos contestem essa afirmação apresentando o vilarejo de Puerto Williams, de apenas duas mil almas, como tal…).
Graças à latitude quase polar, tornou-se destino certo de quem gosta de esportes de inverno, com uma estação de esqui das mais pitorescas: a do Glaciar Martial, a apenas 7 km do centro.
Já o centro invernal de Cerro Castor, a 26 km da cidade, é maior e mais famoso, tendo sediado diversas competições internacionais de esportes de neve.
Esse rincão da Terra do Fogo oferece ainda passeios para ver pinguins, lobos marinhos e aves endêmicas do extremo sul da América.
Sem falar na cidade em si, que apresenta um monte de bares e restaurantes aconchegantes, assim como marcos históricos, como o Trem do Fim do Mundo e a Praça Malvinas Argentinas – com seu monumento que desafia os britânicos com a frase: “Voltaremos!”
Saiba mais: Ushuaia
5. Pucón
Chile
Difícil achar uma paisagem mais grandiloquente que essa: céu azul, um lago imenso a sua frente, altas montanhas pelo lado esquerdo e um vulcão soltando fumaça às suas costas. Esta é Pucón, cidade turística situada 870 km ao sul de Santiago.
Ela fica de cara para o Villarrica, vulcão cuja forma lembra um cone com a ponta cortada, com um tufo de fumaça saindo eternamente.
Conta com cerca de 30.000 habitantes. Mas, na temporada de esqui, o número aumenta cerca de 50%.
As pistas de esqui são para todos os níveis e a temperatura é agradável em dias ensolarados. No entanto, a atividade que produz mais frisson é a subida até a cratera do vulcão.
Não precisa ser nenhum grande alpinista ou, neste caso, andinista. Necessário apenas é ir com um bom guia e se assegurar de que a empresa que o está levando tenha um bom equipamento. Desde os essenciais “crampones” (uma espécie de garra que se coloca nos sapatos para não escorregar no gelo) a um bastão de apoio – peças estas que facilitam muito a chegada no topo do vulcão, 2.847 metros acima do nível do mar.
Pucón é também considerada a capital chilena do turismo outdoor – isso em todas as estações do ano. Há rafting, caiaque, arvorismo, caminhadas, trilhas para mountain bike, atividades aéreas como parapente e paraquedismo, voos panorâmicos, pesca esportiva e golfe.
Saiba mais: Pucón