Cinco museus históricos pelo mundo

Decidi escolher os museus internacionais que mais me impressionaram. Neste post, somente aqueles ligados a história e cultura (os museus de arte virão mais para frente, calma aí!🙂)

Antes de tudo, aviso: esta NÃO é uma lista dos “cinco melhores museus do planeta”.

A lista que você verá a seguir é de cinco museus de história e cultura que me marcaram e que eu recomendo que você visite um dia. Só isso, um post de cunho pessoal e subjetivo, sem maiores pretensões.

Ah, e como dito no início, teremos mais para frente um post só para museus de arte, ok? Vamos lá!


1. Museu Imperial da Guerra 

Londres (Inglaterra)

Segunda Guerra Mundial… Se você, como eu, gosta do tema, saiba que Londres é o melhor lugar do mundo para mergulhar em museus, locais históricos e experiências que remetem ao período entre 1939 e 1945.

São pelo menos cinco atrações dedicadas ao assunto:  A saber: O Museu Imperial da Guerra, o Museu da Real Força Aérea, o Museu Nacional Marítimo, o navio HMS Belfast e as Churchill War Rooms (museu dedicado à vida de Winston Churchil). Fora dezenas de lugares eternizados por algum fato do conflito.

Eu visitei o Museu Imperial da Guerra e fiquei empolgado… Há exemplares das bombas V1 e V2 que aterrorizaram Londres no final da Segunda Guerra, há réplicas das bombas atômicas americanas, há caças Spitfire da célebre “Batalha da Inglaterra”, há tanques T-34 soviéticos…

Eu poderia explicar cada foto – pois todas representam algo relevante da Segunda Guerra Mundial (e de outros conflitos). Mas não vou fazê-lo, primeiro porque este post ficaria gigantesco. E segundo porque quero despertar em você, leitor, a curiosidade de ir lá e conferir por conta própria.

Eu garanto: vale muito a pena!

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2. Hall da Fama do Rock

Cleveland (EUA)

Se algum dia você balançou o corpo ao som de Elvis Presley, Led Zeppelin, Guns N’ Roses e companhia, pode agradecer a Cleveland, a mais proeminente cidade do estado de Ohio. Foi ali que, em 1951, surgiu o termo “rock and roll”, criado pelo radialista Alan Freed para designar o ritmo animado que começava a tomar conta da região, do país e do mundo.

Não admira que tenha sido escolhida para sediar o maior museu do planeta dedicado ao estilo musical: o Rock & Roll Hall of Fame. Não se deixe enganar pela palavra “museu”. É, na verdade, um complexo de celebração à música, com muita interatividade e, claro, luz e som.

Só a arquitetura do lugar já impressiona: uma gigantesca pirâmide de vidro, que avança para dentro do Lago Erie. São sete andares com galerias repletas de artigos que pertenceram a músicos famosos: do primeiro violão de Jimi Hendrix à bateria que Ringo Starr usou na última apresentação dos Beatles. Dos figurinos de Janis Joplin aos carros usados nos cenários da turnê Zoo TV, da banda irlandesa U2.

Aliás, apesar do nome, o lugar contempla muitos outros estilos, como o blues, o funk (americano, claro!), o rap, o pop, o punk e até a música eletrônica.

Dependendo da época do ano, dá para presenciar as cerimônias de indução ao Hall da Fama, em que astros recebem o status de “imortais” do rock.

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3. Kennedy Space Center

Merritt Island, Flórida (EUA)

Que tal ver de perto as naves espaciais que levaram o homem à Lua? E os centros de lançamento onde histórias épicas, gloriosas ou trágicas se desenrolaram? E, ainda, bater papo com astronautas de verdade durante o almoço? Uma visita ao Kennedy Space Center Visitor Complex, pertinho de Orlando, garante tudo isso e muito mais.

Por sinal, as atrações vão além do histórico centro de lançamento de foguetes de Cabo Canaveral (que continua em plena atividade, vale dizer). As cidadezinhas que o cercam formam a chamada “Space Coast”, região que ficou marcada pela Corrida Espacial e que hoje em dia oferece muita diversão.

Logo na entrada do Kennedy Space Center Visitor Complex, você encontra pavilhão “Heroes & Legends”, também chamado de Hall da Fama dos Astronautas. Repleto de tecnologia e interatividade, o pavilhão deixa todos boquiabertos com seu show de imagens e sons.

Ainda na entrada do Kennedy Space Center, dá para passear em meio a oito foguetes, todos eles iguaizinhos aos usados para levar homens ao espaço nos anos 1960 e 70. E há um tour guiado e dá até para entrar numa cápsula do projeto Gemini, que fica no solo.

Uma das atrações mais disputadas do Kennedy Space Center é o Ônibus Espacial Atlantis. A nave que foi ao espaço 33 vezes ao longo de três décadas fica em exposição permanente. Anexa a ela, há um simulador que permite ao visitante sentir a emoção de um lançamento, com os trancos e chacoalhadas de um foguete de verdade, além da tecnologia visual mais moderna que existe.

E que tal se encontrar com um veterano da corrida espacial? É isso que permite o programa “Lunch with an Astronaut”, que tem ingresso à parte. Na minha visita, conheci o sensacional Jon McBride. Ao saber que eu quase havia cancelado minha viagem por conta do estado de saúde de meu pai, que sofrera um infarto dias antes, ele me fez uma incrível gentileza. Vejam:

Foto autografada que o astronauta me deu de surpresa, para que eu trouxesse a meu pai, que estava doente

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4. The Sixth Floor Museum

Dallas (EUA)

Dallas é uma das metrópoles mais instigantes dos Estados Unidos. É uma cidade moderna e cosmopolita, bem no meio do “cinturão conservador” dos Estados Unidos.

Também é um lugar com muita história. A atração mais visitada em toda a metrópole é o The Sixth Floor Museum at Dealey Plaza. Trata-se de nada menos que o lugar de onde partiram os tiros que mataram o presidente John Kennedy em 22 de novembro de 1963.

Convertido hoje em dia em um grande museu interativo, o antigo prédio do depósito municipal de livros tem fila diariamente. No sexto andar, a janela onde o assassino Lee Harvey Oswald montou seu rifle é cercada de uma extensa exibição multimídia sobre a vida de Kennedy, o cenário político do dia do crime e o atentado em si.

Há fotos e vídeos da caçada humana que se seguiu ao assassinato, assim como de toda a investigação posterior das teorias conspiratórias que envolveram um dos mais dramáticos acontecimentos da história dos Estados Unidos (e também do mundo, por que não dizer…).

Do lado de fora do prédio, o local exato onde a limusine conversível de Kennedy estava no momento dos tiros fica sempre repleto de turistas fotografando cada centímetro. Eles também se espalham pelo jardim chamado Grassy Knoll, famoso pelas especulações de que dali teriam partido balas de um segundo atirador no dia fatídico.

Curiosidade: os moradores de Dallas, normalmente simpáticos, não hesitam em meter a mão na buzina do carro quando algum turista desavisado se posiciona no meio da rua em busca do melhor ângulo para fotos. Fica a dica: cuidado para não ser atropelado!

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5. Museu das Ilhas Malvinas

Buenos Aires (Argentina)

É curioso como na América Latina os bons museus são sempre subestimados. Essa foi a minha impressão ao pisar no Museo Malvinas e Islas Del Atlantico Sur, em Buenos Aires. Afinal, esse lugar surpreendentemente moderno e interessante estava completamente vazio. Ele mal aparece nos guias de turismo.

Mas vá por mim: vale a visita. Sobretudo se você gosta de História ou se viveu aqueles tortuosos tempos do começo da década de 1980. Ficou bem marcada em mim a sensação de ter uma guerra acontecendo no “quintal de casa”.

Para quem não sabe, as Malvinas são um arquipélago no extremo sul do Atlântico, objeto de disputa há mais de três séculos. Em 1982, o então presidente argentino, general Leopoldo Galtieri, decidiu invadir as ilhas de surpresa. A resposta do governo do Reino Unido, por meio da “Dama de Ferro”, Margaret Thatcher, foi enviar uma grande força-tarefa para retomar o território.

E assim tivemos uma serie de batalhas ferozes, por ar, terra e mar, durante o primeiro semestre de 1982. Os britânicos venceram e recuperaram as Falklands (ou Malvinas, como queira), a um custo de 255 mortos em suas forças armadas e 649 no lado argentino.

O museu tem aspecto moderno, arquitetura lindíssima, é amplo, arejado e interativo. Não se trata de um “museu militar”, mas sim histórico e com grande dose de ciência no seu acervo.

Há salas inteiras dedicadas à fauna e flora do arquipélago, assim como aos povos que lá habitaram em tempos imemoriais. São mapas, maquetes, relíquias, linhas do tempo, representações de animais…

A guerra de 1982, claro, é o destaque, mas ela é abordada de uma forma diferente, sem dramatizar ou apelar a um patriotismo piegas. É um museu muito voltado às memórias pessoais e histórias humanas.

Vide a seção inteira de quadrinhos idealizados por ex-soldados. Ou a parte que mostra os bilhetes e cartas não enviadas encontrados nas trincheiras.

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Publicado por Paulo Mancha

Jornalista especializado em turismo, foi editor chefe da Revista Viajar pelo Mundo e repórter das revistas Terra e Próxima Viagem. Desde 2003, fez mais de 50 reportagens internacionais e, em 2012 e 2014, foi agraciado com o Prêmio de Melhor Reportagem da Comissão Europeia de Turismo. Comentarista esportivo do canal ESPN, Paulo decidiu unir neste blog as duas paixões: viagens e esportes.

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